quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Previsões. Quem esteve mais perto da realidade?

Fonte: relatórios da OCDE e da Comissão Europeia; Orçamento do Estado de 2016 e 2017. Nota: os números da OCDE para o início de 2016 correspondem a previsões do Outono de 2015
Previsões e realidades, quem acertou? foi o que escrevi no Obsrevador a semana passada. Aqui ficam os dados: uma comparação entre o previsto e o observado para o défice público (gráfico em cima) e PIB (gráfico em baixo). Usando números do Governo, OCDE e Comissão Europeia.

Comecemos pelo défice público:
O ministro das Finanças anunciou esta quarta-feira dia 15 de Fevereiro que o défice público (óptica de contas nacionais) ficará nos 2,1% do PIB.
Quem esteve mais perto do valor que agora se prevê? O Governo. E fez o caminho inverso das instituições internacionais: começou com 2,2% em Fevereiro, agravou a sua já se pode considerar estimativa para 2,4% e anuncia um valor que é melhor do que aquele que inscreveu em Fevereiro no Orçamento de 2016 - com os 2,1%.
O pior desempenho cabe à Comissão Europeia que em Fevereiro de 2016 previa um défice público de 3,4% do PIB este ano. 


Fonte:  relatórios da OCDE e da Comissão Europeia; Orçamento do Estado de 2016 e 2017. Nota: os números da OCDE para o início de 2016 correspondem a previsões do Outono de 2015
Quanto às previsões do PIB:
O INE revelou esta quarta-feira (estimativa rápida) que o PIB aumentou 1,4% em 2016 quando comparado com 2015.
A OCDE foi a instituição que teve melhor desempenho e a Comissão Europeia o pior. Olhando para trás verifica-se que a Comissão foi bastante "volátil", chegando a prever um crescimento de apenas 0,9%.
O Governo começou bastante optimista (aqui não estão os dados do programa do PS mas apenas do Orçamento) mas a revisão que apresentou no Orçamento para 2017 por se revelar pessimista face aos números agora divulgados.

O ano de 2016 acabou com uma forte aceleração da economia (a subir 1,9% no quarto trimestre face a igual período de 2015). 


Fonte: Banco de Portugal e INE; Taxa de crescimento real do PIB, trimestre homólogo
Pelo gráfico percebe-se que vamos na terceira tentativa de reforçar o crescimento da economia - no trimestre terminado em Dezembro de 2012 a economia cresceu 1,9% e a seguir desacelerou; na primeira metade de 2015 cresceu 1,6% em dois trimestres consecutivos e voltou a desacelerar e na segunda metade do ano de 2016 volta a ganhar velocidade atingindo de novo um crescimento de 1,9% tal como em 2012.

Na frente da economia os indicadores estão a ser bastante positivos. Ao que soubemos hoje pode ainda juntar-se a descida do desemprego com criação de emprego, a subida dos indicadores de confiança, o crescimento das exportações de bens e serviço - com um importante contributo do turismo -  e a subida da inflação - que nos ajuda a reduzir o rácio do défice e da dívida.

É a parte do copo meio cheio. Do outro lado, no copo meio vazio, está a dívida pública - face ao enquadramento externo - subida de juros - é neste momento um dos maiores riscos.
Sobre as previsões da Comissão Europeia na perspectiva do copo meio cheio e meio vazio fale disso na Antena 1.

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