quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Os banqueiros, a crise e o "passa-culpas"

Ricardo Salgado diz que "os accionistas do BES estão para ficar" e começa a responsabilizar os políticos porque não clarificam a resolução do problema das dívidas soberanas e por inistirem na recapitalização dos bancos.

Quando um gestor diz que os seus accionistas estão para ficar está de imediato criada a alternativa de não estarem para ficar.

Quanto á critica aos políticos, de facto, e como diz Fernando Ulrich, do BPI, andamos num jogo de "passa culpas".

Se há banco que foi cúmplice da estratégia de grandes investimentos e de indisciplina financeira do anterior Governo esse foi sem dúvida o BES. Enquanto o BPI demonstrava que a dívida pública estava numa trajectória explosiva, o BES continuava a defender o TGV.

E numa análise ao quadro geral que se vive hoje na Europa e nos Estados Unidos cada vez se torna mais claro que a responsabilidade do que se passa desde 2007 tem um responsável: o sistema financeiro. E sim, a classe política teve culpas: deixou-se capturar pelo sistema financeiro que correu riscos que não devia. E hoje, essa mesma classe política tem de pagar com o dinheiro dos contribuintes os erros que deixou que os bancos cometessem.

Portugal foi diferente? Talvez alguns bancos, poucos, tenha sido diferentes porque detectaram mais cedo a trajectória em que estavam a entrar. Não tiveram o "subprime" mas tiveram outros negócios, não decidiram a olhar para o risco, não geriram - tal como os seus parceiros dos outros países - com a perspectiva de longo prazo nem com a preocupação de conciliar as maturidades do crédito e com a dos fundos que o alimentam.

Enfim. Vivemos tempos muito difíceis em Portugal, nos países da União e nos Estados Unidos. A economia financeira está numa profunda crise.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O circulo virtuoso

Se as medidas hoje anunciadas por Pedro Passos Coelho tivessem começado a ser concretizadas há um ano hoje estaríamos muito mais perto da Irlanda.
São as medidas necessárias. Numa economia global que é financeira, ganhar credibilidade é uma política de crescimento.