terça-feira, 5 de agosto de 2008

O Presidente na TV III

Se anunciar ao país que os poderes de um órgão de soberania estão a ser atacados não é importante, não sei o que é importante. Cavaco Silva disse-nos que estavam a reduzir os seus poderes com uma lei- e não com uma revisão constitucional.

1Não parece ter sido muito feliz a intervenção, feita com pompa e circunstância, através das televisões, pelo sr. Presidente da República, no último dia de Julho passado, quando a maioria dos portugueses se preparava para ir de férias, procurando esquecer, por um mês, os problemas graves e complexos que os esperam no regresso. Não porque o tema que levantou não tenha pertinência e não seja uma preocupação legítima que lhe respeita. Mas pelas expectativas criadas e pelo momento e a forma que escolheu para o transmitir aos portugueses. (...) Mário Soares no Diário de Notícias

Mário Soares não diz que não é importante. Critica as expectativas criadas, o momento e a forma.

O perfil das reacções à intervenção de Cavaco Silva reforçam a convicção de que estamos perante uma nova fase nas relações entre Belém e São Bento. Do lado do PS e possivelmente do Governo estavam a ser criados pequenos cercos ao Presidente, uma acção mais ou menos de guerrilha ditada pelas ligações de Cavaco à nova líder do PSD. Belém resolveu fazer o convite à batalha a céu aberto. O outro lado recuou, desvalorizando a intervenção e ao que parece acatando todas as recomendações de Cavaco Silva para - de que é que estamos mesmo a falar? ... Ah, sim, do estatuto dos Açores.

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